A cúpula do BRICS será realizada na África do Sul. Procurado pelo TPI, o presidente russo deixa pairar o mistério sobre sua chegada.
Ele sabe que é alvo de um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional (TPI). Mas, segundo alguns observadores, Vladimir Putin não parece ter tem medo de ser entregue se pisar na África do Sul para a cúpula do BRICS marcada para agosto. Depois de um tempo considerou realocar a cúpula, para evitar conflitos com o TPI, Pretória, signatária do Estatuto de Roma, finalmente sediará o evento. Com uma pergunta de tamanho: Vladimir Poutin virá na hora, desafiando assim a jurisdição internacional?
"Putin teme mais por sua segurança se deixar Moscou do que ser preso pelo TPI", resume o cientista político Sanusha Naidu. O presidente russo de fato não é do tipo que teme ser traído por Pretória. Mas os últimos eventos que aconteceram perto de Moscou com os paramilitares de Wagner se rebelando não necessariamente tranquilizaram Putin, que pode preferir evitar deixar o Kremlin neste momento.
No entanto, é difícil imaginar os sessenta chefes de estado, incluindo os membros dos BRICS, mas também de países africanos, entre outros, discutindo sem Putin. No entanto, fica uma dúvida: embora Cyril Ramaphosa tenha pensado, por um tempo, em mudar a cúpula, o presidente ainda não sabe se deve ou não entregar Putin se este pisar em solo sul-africano.
O presidente sul-africano também fez uso da palavra uma comissão interministerial encarregada de estudar os textos. Por um lado, o fato de Pretória ser signatária do Estatuto de Roma obriga, em tese, a África do Sul a entregar o presidente russo. Por outro lado, a lei sul-africana garante a última imunidade. Quando Omar el-Bashir veio, foi isso que a África do Sul apresentou. Mas as autoridades sul-africanas também tiveram de apressar a saída do presidente sudanês, procurado pelo TPI, por falta de certeza de estarem no seu direito.