Evgueni Prigojine, chefe da Wagner, está atualmente na África para reativar as atividades do grupo paramilitar russo no continente.
O chefe de Wagner, Evgueni Prigojine, havia avisado: depois o motim do grupo paramilitar russo, que pressionou Putin, pretendia deixar a Ucrânia e planeou “um novo caminho para África”. Teria Prigozhin, no entanto, meios para sobreviver depois de desafiar o presidente russo?
A resposta veio da cúpula Rússia-África. Uma foto do chefe de Wagner, ao lado do chefe de protocolo do presidente da RCA, Faustin-Archange Touadéra, foi postada por Dmitri Sytyi, oficial de operações da África Central de Wagner, em 27 de julho. A mensagem, portanto, parecia clara: Prigojine, presente em São Petersburgo, não parece estar preocupado com o Kremlin.
Contudo, a tensão entre o grupo paramilitar e Putin deve ter persistido. E não foi à toa que o patrão da Wagner avisou que agora queria concentrar-se nas suas atividades africanas. Além de Bangui, a empresa russa atua na Líbia, no Sudão, no Mali, mas também no Burkina Faso. Fala-se também de uma presença no Zimbábue e na Guiné.
“Justiça e Felicidade para os Povos Africanos”
Três semanas após a cúpula Rússia-África, Evgueni Prigojine teria efetivamente retornado ao continente. Um novo vídeo realmente mostra o ex-"cozinheiro" de Putin na África. Sem saber ao certo onde. Prigozhin diz neste vídeo: “Estamos trabalhando. A temperatura é de 50 graus. Assim como nós gostamos. A PMC (Companhia Militar Privada, nota do editor) Wagner realiza atividades de reconhecimento e pesquisa e torna a Rússia ainda maior em todos os continentes e na África, ainda mais livre”.
Esta mensagem parece, portanto, mostrar, por um lado, que Prigojine continua ligado à Rússia. Mas também que, além de atuar como empresa militar privada (PMC), tem objetivos geopolíticos. “Justiça e felicidade para os povos africanos! Somos o pesadelo do Daesh, da al-Qaeda e de outros bandidos. Contratamos verdadeiros heróis e continuamos a cumprir as tarefas que nos foram atribuídas e prometidas! », continua Prigozhin.
Resta agora saber se Prigojine está a tentar, sozinho, impor-se em África continuando as suas atividades, em detrimento do Ministério da Defesa russo. E assim mostrar a Putin que ele tem o acesso e o conhecimento necessários do terreno. Ou se ele realmente age sob a liderança do Kremlin.