Ao anunciar o lançamento da redacção de uma nova Constituição, o Presidente Guineense de Transição, Mamadi Doumbouya, prometeu deixar o cargo no final do ano de 2024.
O coronel Mamadi Doumbouya prometeu: depois de 2024, não estará mais no comando da Guiné. O Presidente da Transição, no cargo desde setembro de 2021, garantiu terça-feira: “Vamos, claro, organizar a transição, mas não faremos parte do pós-transição”. Uma mensagem clara, transmitida durante uma cerimónia dedicada ao lançamento da redacção de uma nova Constituição.
A transição passará, sim, por um novo texto, reiterou o coronel, que ainda não deu todas as informações sobre a futura Constituição. Mas aconteça o que acontecer, é o povo que vai decidir se adota ou não o texto em referendo. Entretanto, explicou o presidente da transição, “é importante que a Constituição não seja escrita por um homem feito à medida e sobretudo que não seja feita à medida de um partido político”.
Quem será responsável por redigir a Constituição? Doumbouya limita-se a indicar que "o CNT (Conselho Nacional de Transição, nota do editor) irá certamente escrevê-lo, mas caberá ao povo da Guiné no seu conjunto aprovar a Constituição por referendo". Em 2020, Alpha Condé havia organizado um referendo constitucional que causou polêmica e certamente precipitou sua queda, pois os novos textos foram escritos para que ele pudesse concorrer a novos mandatos.
Uma Constituição antes das tão esperadas eleições
O Coronel Mamadi Doumbouya quer uma Constituição “que resista ao teste do tempo e que possa ser útil para nossos filhos”. Mas isso leva um pouco de tempo… “Não é uma questão de pegar a Constituição do vizinho e fotocopiá-la para escrever uma Constituição. É uma questão, como soldado, quando há um problema, de encontrar a solução”, resume de forma bastante simples.
Após intermináveis discussões com a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) sobre o roteiro de transição, Mamadi Doumbouya acabou por manter o rumo relativamente a uma transição que terminaria no final do ano 2024. Quanto à Constituição, o seu processo de elaboração , segundo os magistrados guineenses, duraria todo o ano em curso. A junta militar terá então um ano para criar as instituições previstas na lei e organizar as eleições gerais.
Doumbouya não concorrerá à presidência. Ele garante que “não passará mais um dia no final dos 24 meses de transição. Ele deu sua palavra ao povo da Guiné”, assegurou o porta-voz do governo, Ousmane Gaoual Diallo. Conforme prometido pela CNT, são eleitos os civis que assumirão o controle da Guiné no final dos próximos dois anos.