Na Líbia, o marechal Haftar está ameaçando o primeiro-ministro Abdel Hamid Dbeibah com represálias se as receitas do petróleo não forem compartilhadas equitativamente.
Há apenas um ano, o primeiro-ministro da Líbia, Abdel Hamid Dbeibah, e o homem forte do leste, marechal Khalifa Haftar, encerrou longas negociações sobre a crise do petróleo. Eles então conseguiram chegar a um acordo para nomear Farhat Bengdara como chefe da National Oil Corporation (NOC), no lugar de Mustafa Sanallah, o ex-banqueiro do regime de Gaddafi. Um ano depois, o soldado ameaça o primeiro-ministro. Em jogo, repetidamente, o petróleo líbio.
O marechal Haftar acredita que deve haver uma distribuição justa das receitas do petróleo. De acordo com o homem forte do leste da Líbia, o fato de o NOC e o Banco Central estarem sediados em Trípoli, no oeste, é problemático. E o soldado acaba de fazer uma proposta ao primeiro-ministro da Líbia. Ou melhor, ele apenas emitiu um ultimato.
Haftar estava de fato em Ar-Rajma, perto de seu quartel-general em Bengazi. Ele pediu a criação de uma “alta comissão encarregada de implementar os arranjos financeiros para a gestão equitativa dos fundos públicos”. E, claro, as receitas do petróleo.
Dbeibah ouvirá o homem forte do leste? Este último deixou, em todo o caso, “um prazo até ao final de agosto para esta comissão cumprir a sua missão”. Se não ficar satisfeito, “as Forças Armadas estarão prontas para responder às instruções quando chegar o momento”. Uma clara ameaça ao governo.
Já Haftar mudou de tom: além de Dbeibah, o marechal acusa notavelmente os Estados Unidos de ingerência. “Os embaixadores de alguns países, especialmente um homem chamado Norland, falharam em contribuir para a solução da crise líbia e, em vez disso, aprofundaram as disputas entre os líbios”, disse ele. Norlan, o embaixador americano na Líbia, indicou recentemente que um bloqueio do petróleo seria “altamente prejudicial para a economia do país”.